Disfunções sexuais femininas
A disfunção sexual (DS) é um transtorno comum entre mulheres. Mais de um terço das brasileiras apresenta o problema, que pode ser desde um leve desconforto no início do ato sexual, até dores fortíssimas que impedem qualquer tentativa de relação sexual, com ou sem penetração.
No caso das mulheres, as alterações do ciclo sexual estão relacionadas à diminuição do desejo, a ausência de orgasmo (anorgasmia), dor durante o ato sexual ou após (dispareunia), contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico impossibilitando ou dificultando a penetração vaginal (vaginismo) ou dor vulvar em ardência e/ou queimação, por um período mínimo de 3 meses, onde não há nenhuma alteração da anatomia, nem presença de infecções ginecológicas ou alterações neurológicas visíveis. A paciente costuma referir dificuldade ou impossibilidade de manter relação sexual devido aos sintomas de ardência e queimação que muitas vezes é acompanhado da contração vaginal reflexa/involuntária (vulvodínea).
Dispareunia
A dispareunia é a dor genital que ocorre antes, durante ou após a relação sexual. Pode ser dividida em superficial (dor no intróito vaginal), profunda (dor com penetração profunda) e intermediária (dor no conduto médio da vagina). De uma forma crônica e frequente, pode levar ao vaginismo.
As causas são muitas, como: vulvodínia, endometriose, falta de lubrificação vaginal, atrofia vaginal, síndrome da bexiga dolorosa (cistite intersticial), fibromialgia, dor pélvica crônica, síndrome dolorosa miofascial, pós parto, síndrome gênito-urinária (menopausa), infecções ou inflamações ginecológicas, candidíase e fatores psicossomáticos.
Vaginismo
O vaginismo pode ser tanto relacionado à penetração vaginal quanto à introdução de absorvente interno, espéculo vaginal, aplicador de pomada, entre outros. Essa contração involuntária é uma reação de defesa do corpo em situações consideradas inconscientemente ameaçadoras ou em resposta a um estímulo de dor.
Porém a mulher pode, mesmo apresentando o vaginismo, ter desejo, prazer e orgasmos, desde que não seja feito alguma tentativa de penetração. O vaginismo pode ser classificado em primário, quando ocorre desde o início da vida sexual ou secundário quando a mulher que tinha relação sexual saudável durante um período mas depois passa ter os sintomas.
Há casos de pacientes que conseguem realizar exames ginecológicos, mas não são capazes de ter relações sexuais. Outras têm relações somente com penetração parcial e relatam dor, sensação de ardência e/ou queimação. Existem ainda casos mais severos com pacientes que se mantêm virgens por impossibilidade de penetração. A dificuldade é constante e recorrente, podendo ocorrer em uma situação e não obrigatoriamente nas demais.
Possíveis causas do vaginismo: criação castrativa (familiar/religiosa) muito rigorosa, abuso ou traumas sexuais, primeira relação sexual traumática, primeira consulta ginecológica traumática, histórico de infecções urinárias ou ginecológicas na infância, dentre outras.
Vulvodínia
A vulvodínia também pode ser classificada como primária, desde a primeira relação sexual, ou secundária, quando a mulher que tinha relação sexual saudável durante um período mas depois passa ter os sintomas.
A dor pode ser provocada (só sente dor ao ser tocada), espontânea (dor surge sem toque), ou mista (dói ao toque e também de forma espontânea), podendo surgir de forma intermitente, persistente, constante, imediata ou de forma retardada.
Sintomas: dor na relação sexual, dor em ardência, queimação, fisgadas, pontadas, facadas
Quanto à sua localização, ela pode ser:
- Generalizada – Quando a mulher refere dor, ardência, queimação, fisgadas ou pontadas em toda região vulvar
- Localizada – Quando a queixa de dor/ardência/ pontadas ocupa um ponto específico da área vulvar, sendo classificada em: Clitorodinia (dor no clitóris) ou Vestibulodinia (dor no vestíbulo vulvar/ entre pequenos lábios) ou Hemivulvodinia (dor em um dos lados).
Quanto às causas, ainda não se sabe muito, porém há algumas hipóteses, tais como: infecções ginecológicas, infecções urinárias de repetição, candidíase de repetição, hipersensibilidade, alergias, fatores genéticos, fatores hormonais, excesso de oxalato de cálcio.
Todas as disfunções sexuais levam à uma diminuição de qualidade de vida e muitas vezes à distúrbios psicológicos. A dificuldade de manter relações afetivas consequentemente leva essas à um afastamento de relações interpessoais. Muitas mulheres desistem do sonho de serem mães e formarem famílias pelo fato de não conseguirem ter relações sexuais e em alguns casos ficam suscetíveis à solidão, ansiedade e depressão. Por isso que o mais indicado para qualquer tratamento de disfunção sexual é um trabalho multidisciplinar entre médico, psicólogo e fisioterapeuta.
Antes de iniciar o tratamento é necessário uma avaliação específica com uma fisioterapeuta pélvica para saber quais as causas são fisiológicas, orgânicas e psicológicas. Após entender melhor quais são os motivos que ocasionam a disfunção sexual será traçado um plano de tratamento individualizado e específico para a disfunção específica. O número de sessões irá variar muito de acordo com a patologia e o grau de severidade.
Cada patologia engloba um tipo de tratamento específico, porém, de uma maneira generalizada, tratamos as disfunções sexuais com: cinesioterapia pélvica e global, termoterapia, dilatadores vaginais, terapias manuais como as liberações miofasciais, técnicas de relaxamento, biofeedback, eletroterapia, laser, acupuntura e terapias comportamentais.
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