Medicamento que promete melhorar a vida sexual das mulheres ainda não está disponível no Brasil, mas alternativas como exercícios físicos e fisioterapia pélvica são opções reais e comprovadas para resolver disfunções sexuais femininas
Aprovado este ano pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (FDA), que regula alimentos e medicações, o Vyleesi, popularmente conhecido como “Viagra feminino”, promete melhorar a vida sexual das mulheres que ainda não entraram na menopausa, mas que sofrem da condição conhecida como transtorno do desejo sexual hipoativo (HSDD, na sigla em inglês), caracterizado pela diminuição da libido sem motivo aparente.
O novo medicamento é o segundo do tipo depois do Addyi, que entrou no mercado americano em 2015, mas não obteve êxito por questões comerciais e também por conta de suas indicações: ingestão diária e incompatibilidade ao consumo de bebidas alcoólicas. Já o Vyleesi é injetável (abdômen ou coxa), tem dose recomendada de 75 mg/0,3 ml, e orientação de aplicação em cerca de 45 minutos antes da relação sexual. O medicamento pode causar náuseas brandas e não deve ser utilizado duas vezes no mesmo dia, nem mais de oito vezes no mês.
Como funciona o Viagra feminino?
As principais vantagens do parto normal para a mãe são:
O Vylessi atua no sistema nervoso central da mulher, mais precisamente nos receptores de melanocortina, hormônio relacionado à excitação sexual. Já o Addyi reduz os níveis de serotonina e aumenta a quantidade de dopamina e norepinefrina no cérebro, o que eleva a libido da mulher.
Outra diferença entre os dois Viagras femininos, que não estão disponíveis no Brasil, está na resposta do corpo ao medicamento: enquanto o Vyleesi age de imediato, o Addyi demora cerca de oito semanas para que a mulher perceba os efeitos.
Após investigar se a ausência de desejo sexual está relacionada a doenças ou desequilíbrios hormonais, alterações biológicas ou transtornos como ansiedade, estresse ou depressão, a busca pelo diagnóstico deve considerar a possibilidade de que a mulher tenha transtorno do desejo sexual hipoativo. Para se enquadrar no grupo que apresenta o distúrbio, é necessário diagnosticar se há ausência ou redução do interesse na atividade sexual, dos pensamentos ou fantasias sexuais e eróticas, da iniciação de prática sexual, de interesse em corresponder as tentativas sexuais do parceiro e do prazer durante o sexo.
Alternativas ao Viagra feminino
A Fisioterapia Pélvica atua diretamente na Musculatura do Assoalho Pélvico (MAP), constituída por um conjunto de músculos que ficam na parte inferior do abdômen e servem de suporte de vários órgãos na área: bexiga, útero, vagina, reto e etc. É indicada especialmente no pré e pós-parto, na menopausa, para quem pratica esportes de impacto e para o tratamento de disfunções sexuais.
Cerca de 40% das mulheres em todo o mundo já enfrentaram algum transtorno relacionado à atividade sexual ao longo da vida experimentam algum tipo de problema sexual. No caso delas, as disfunções sexuais mais recorrentes são dor na relação sexual (dispareunia) e impossibilidade de penetração (vaginismo). As causas podem derivar de traumas, estresse, fatores comportamentais, doenças psíquicas ou hormonais. Fatores como flacidez dos músculos do assoalho pélvico, descida de órgãos (prolapsos), lesões cutâneas, diminuição do fluxo sanguíneo, problemas nas articulações, consumo de drogas também estão entre as causas.
Composto por diferentes níveis musculares, o assoalho pélvico abrange o plano superficial, conjunto de músculos e estruturas responsáveis parte sexual como lubrificação e ereção do clitóris, por exemplo. Um assoalho pélvico enfraquecido afeta a função do clitóris, afeta o aporte sanguíneo da região, dificultando a chegada ao orgasmo feminino.
Como funciona o tratamento de fisioterapia pélvica
O tratamento de problemas musculares segue um ritual bem conhecido: encaminhamento para um fisioterapeuta e exercícios de fortalecimento. No caso do assoalho pélvico não é diferente, o paciente será encaminhado para um fisioterapeuta pélvico, que irá avaliar essa musculatura. Quando a musculatura da região está enfraquecida ou lesionada, algumas disfunções podem se tornar um incômodo para o paciente, prejudicando sua qualidade de vida.
Por ser uma região não exposta ao exercício natural, o assoalho pélvico não costuma ser exercitado, porém deveria!! Os MAP (músculos do assoalho pélvico) são um conjunto de cerca de 13 músculos, auxiliados por fáscias e ligamentos que tem a função de sustentar os órgãos pélvicos, como uma cama elástica sustenta o peso de alguém que pula sobre ela. Por isso a importância de trabalhar eles com objetivo de manter ou melhorar sua funcionalidade. Mas a maior parte dos problemas relacionados a essa zona do corpo podem ser solucionados com a fisioterapia pélvica. Os principais fatores abordados no tratamento são:
- Reconhecer e localizar os músculos do assoalho pélvico;
- Aprender a Contrair e relaxar os músculos da região pélvica, de forma mais isolada possível;
- Fortalecer os músculos do assoalho pélvico com o uso de equipamentos ou com exercícios específicos;
- Aprender a usar técnicas durante as relações sexuais para potencializar os orgasmos.
É importante ressaltar que a fisioterapia pélvica deve ser feita por profissionais fisioterapeutas especializados e não generalistas, procure um especialista em fisioterapia pélvica. Na dúvida, procure o Conselho Regional de Fisioterapia da sua região.
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