Dez milhões de brasileiros sofrem com perda de urina, sendo mais comum em mulheres.
Para cerca de 10 milhões de brasileiros, sintomas como vontade súbita de urinar e perda de urina antes mesmo que se chegue ao banheiro, ou após fazer algum esforço como tossir, rir ou praticar exercícios fazem parte da rotina. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, a incontinência urinária – perda involuntária de urina – acomete homens e mulheres de diferentes idades, mas é mais comum em mulheres (17%), sobretudo gestantes e mulheres na menopausa.
Entre as principais causas da incontinência urinária estão má alimentação, obesidade, doenças que oprimem a bexiga, comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico. gravidez e parto, tumores malignos e benignos, tosse crônica dos fumantes, quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal, bexiga hiperativa que se contrai independentemente da vontade do portador, procedimentos cirúrgicos ou irradiação que afetam os nervos do esfíncter masculino.
Entre os homens, o envelhecimento natural da bexiga e a cirurgia de remoção de tumores de próstata são as duas principais causas do problema.
Outro fator de risco para o desenvolvimento da incontinência urinária é a prática de atividades físicas mal orientadas como crossfit ou até mesmo pilates. Sem a orientação correta, a prática de exercício pode ocasionar o aumento da pressão intra-abdominal e, consequentemente, intrapélvica. Com isso, os órgãos são pressionados para baixo, fazendo com que se perca urina involuntariamente toda vez que se realiza atividades simples como levantar peso, tossir e até mesmo rir.
Alguns estudos apontam ainda a questão genética como fator de predisposição à incontinência urinária. Mulheres negras, hispânicas e brancas teriam maior prevalência do transtorno. Há ainda grupos com mais propensão à incontinência urinária do que outros, como por exemplo, mulheres brancas terem maior prevalência de incontinência urinária se comparadas com as negras. Isso supõe diferenças na anatomia, na resistência da uretra, ou mesmo nas estruturas de suporte do assoalho pélvico entre elas.
Os diferentes tipos de incontinência urinária
Entre os tipos de incontinência urinária mais comuns estão as de esforço, que ocorre frequentemente em pessoas que sofreram algum tipo de lesão do esfíncter uretral, ou mesmo um enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico, podendo levar até a um prolapso de órgãos. Isso significa que ela terá perda de urina ao espirrar, tossir, rir, levantar um objeto, subir escada ou mesmo fazer atividade física.
De urgência, caracterizado pela vontade incontrolável de urinar. O tratamento também começa com terapia comportamental e fisioterapia. Também há a opção de uso de toxina botulínica e um implante de neuromodulador.
A incontinência mista é quando o paciente apresenta os dois tipos ao mesmo tempo.
Por fim, a incontinência urinária pós-prostatectomia, na maioria das vezes associada à história de cirurgias prostáticas. Durante estas cirurgias pode haver lesão do esfíncter ou do nervo responsável pelo seu funcionamento levando a perdas urinárias, que também podem ocorrer de um excesso de contrações da bexiga durante o enchimento ou mesmo de transbordamento da urina.
Como prevenir e tratar a incontinência urinária
A boa notícia é que prevenir a incontinência urinária, ou mesmo tratá-la, em alguns casos é mais fácil do que se imagina, se o tratamento for acompanhado por especialistas da área, seja um médico ou fisioterapeuta pélvico. Praticar exercícios orientados por um fisioterapeuta pélvico para o fortalecimento da musculatura é uma delas. Estes músculos são importantes para o controle da micção. Trata-se de exercícios posturais, respiratórios, que reposicionam os órgãos internos, diminuindo a pressão intra-abdominal e intrapélvica ao mesmo tempo, e que tonificam a musculatura estabilizadora lombar pélvica.
Além dos exercícios, manter hábitos saudáveis auxiliam na prevenção: evitar sedentarismo e obesidade; controlar o ganho de peso nas gestações; evitar prisão de ventre; não fumar para diminuir a tosse e a irritação da bexiga.
Tipos de fisioterapia para tratar incontinência urinária
As técnicas mais utilizadas pela fisioterapia pélvica para o tratamento da incontinência urinária são:
- Trabalho dos músculos do assoalho pélvico com a prática de exercícios específicos. Neste tipo de tratamento, o paciente passa a identificar os músculos a serem trabalhados e se exercita para sanar a disfunção.
- Na técnica Biofeedback Eletromiográfico, através de sinais auditivos ou visuais é possível analisar a atividade elétrica das fibras musculares da região do assoalho pélvico, o que capacita o paciente a melhorar sua percepção sensorial e restabelecer a coordenação e o controle motor voluntário, o que reduz os sintomas da incontinência urinária.
- A eletroestimulação é uma técnica usada no fortalecimento dos músculos da região do trato urinário, que resulta na melhor coordenação dos músculos do assoalho pélvico. Usada também para inibir a urgência urinária.
- Para tratar a incontinência urinária em mulheres também são utilizados os cones vaginais, pesos que variam de 20g a 100g para o treinamento funcional dos músculos do assoalho pélvico nas atividades diárias. Há uma sensação de perda do cone, ocorrendo uma contração dos músculos da região.
- Além dos tratamentos de fisioterapia pélvica convencionais, a utilização da terapia comportamental também se mostra eficaz no tratamento do problema. Nesta técnica, o paciente recebe orientação especializada sobre que líquidos ingerir em diferentes momentos do dia, além de líquidos e alimentos que podem irritar a bexiga.
Você acredita que sofre de incontinência urinária? Procure um especialista em fisioterapia pélvica e faça uma avaliação!
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