Considerada uma doença silenciosa, o câncer de próstata não apresenta sintomas iniciais.  Por isso a importância da avaliação periódica para rastreamento do tumor nos primeiros estágios, quando tem maior chance de cura.

Câncer é o nome dado para o conjunto com mais de cem doenças que possuem duas características em comum: o crescimento e multiplicação descontrolado das células doentes e a capacidade de metástase, que é a reprodução dessas células em órgãos e tecidos distantes do tumor inicial. 

O segundo câncer mais comum entre os homens brasileiros é o câncer de próstata, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma. O tumor ocorre quando há um crescimento desordenado das células prostáticas que podem se espalhar pelo organismo, criando metástases. 

A próstata é uma glândula que está localizada no trato urinário inferior, abaixo da bexiga e em volta da uretra, canal que leva a urina para fora do corpo. Sua principal função é produzir parte do líquido para nutrição e transporte dos espermatozoides. Em um adulto jovem a glândula tem o tamanho de uma noz, sendo que esse tamanho vai aumentando lentamente com o envelhecimento. As três doenças que mais acometem a próstata são: hiperplasia benigna prostática, prostatite e o câncer.

As causas do câncer de próstata ainda são desconhecidas, mas sabe-se que alguns fatores são considerados de risco para seu surgimento: idade avançada, histórico familiar, ser de raça negra, obesidade e sedentarismo.

Já a identificação do tumor geralmente ocorre em exames de rotina, sendo que a doença não apresenta sintomas nos estágios iniciais. Nos estágios posteriores, com sua evolução, pode apresentar alguns sinais, como: micção frequente; sangue na urina ou no sêmen; dor e queimação ao urinar; fluxo de urina fraco ou interrompido; dor na área pélvica, costas, quadris e coxas; perda de peso ou apetite e disfunção erétil. Porém, esses sintomas também podem estar relacionados a outros problemas. 

Por ser uma doença silenciosa, os exames preventivos são essenciais para o diagnóstico precoce e sucesso do tratamento. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que homens a partir dos 50 anos façam uma avaliação com um urologista. Já homens da raça negra e que possuam parentes em primeiro grau com câncer de próstata devem iniciar a avaliação aos 45 anos. A hereditariedade é um importante fator de risco para o câncer de próstata, homens com pai ou irmão que já tiveram a doença devem ficar atentos e realizar o acompanhamento precoce.

A avaliação do tumor de próstata deve ser sempre individualizada. O check-up anual, além de detectar precocemente a doença, pode detectar outros problemas que acometem a próstata, como a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). A diferença entre esses dois problemas é que a HPB é o aumento benigno da próstata que pode causar sintomas urinários e diminuir a qualidade de vida do homem. Já o câncer é um tumor maligno que pode se espalhar para os outros órgãos.

Quais os tratamentos do câncer de próstata?

O tratamento indicado depende do estágio da doença. Além disso, deve ser individualizado e definido entre médico e paciente, após discussão dos riscos e benefícios de cada procedimento.

Doença localizada: é quando a doença está nos estágios iniciais, com o tumor localizado apenas na próstata. Nesses casos, podem ser indicados a vigilância ativa, tratamento que o médico acompanha a evolução da doença; cirurgia de retirada total da próstata (prostatectomia radical) e radioterapia.

Doença localmente avançada: podem ser indicados como tratamentos a cirurgia e a radioterapia.

Doença avançada: é quando o tumor já possui metástase e se espalha para outros órgãos e tecidos. Nesses casos o tratamento tem intenção paliativa e pode incluir terapia hormonal, quimioterapia, medicações e cirurgia.

Fisioterapia pós-prostatectomia

A cirurgia da próstata é chamada de prostatectomia e pode ser realizada com técnicas minimamente invasivas que proporcionam uma recuperação mais rápida e menor desconforto no pós-operatório. Mesmo com o avanço das técnicas cirúrgicas, algumas sequelas podem acometer os paciente pós-prostatectomia, sendo a incontinência urinária e a disfunção erétil as queixas mais frequentes.

Por causarem grande impacto no dia a dia do paciente, essas sequelas devem ser tratadas e um dos tratamentos que podem ser recomendados é a fisioterapia pélvica. A prática ajuda a fortalecer a musculatura do assoalho pélvico, auxiliando no mecanismo da continência urinária e posteriormente ereção, trazendo melhor qualidade de vida ao paciente em um tempo mais curto. É importante que o paciente fale com o urologista e procure um fisioterapeuta pélvico especializado em tratamentos pós-prostatectomia para garantir que a indicação de exercícios seja correta e que a recuperação seja positiva. 

Câncer de próstata tem cura?

Sim! Quanto antes o tumor for diagnosticado, maiores suas chances de cura. Ou seja, a cura do câncer de próstata é determinada pelo estágio da doença e também pela resposta do organismo ao tratamento realizado. 

Por esse motivo, a prevenção da doença com a realização do check-up anual, aliado a hábitos de vida saudáveis é essencial para o diagnóstico e tratamento precoce do câncer de próstata e das outras doenças que afetam a glândula.